Em Jacarezinho, interior do Paraná, um universo de história e de conhecimento sobre o café
O cooperado Luiz Roberto Saldanha Rodrigues mantém na Fazenda Califórnia a tradição iniciada por um grupo americano em 1903. Na parede do escritório, mapas e documentos da fundação da fazenda mostram o respeito dos atuais proprietários pela história e pela terra.
A aquisição da área pelo cooperado foi em 2004, e desde então a dedicação para a cultura do café foi aumentando. “Em 2006 iniciei um curso de especialização na cultura do café. Replantei toda a área e comecei a buscar mais qualidade no grão produzido”, conta Saldanha.
Logo depois a propriedade recebeu uma certificação socioambiental, o que provou que a gestão dos negócios e das pessoas estava sendo bem aplicada.
A busca pela qualidade da produção foi ganhando mais espaço, com a conclusão de um curso de prova de café. “Para saber se tenho um café de qualidade eu precisei aprender a provar, afinar o paladar, entender sobre os aromas, sabores e métodos de extração”, comenta o produtor, que hoje tem título internacional de especialista em degustação.
O fruto do trabalho na qualidade foi aparecendo, com o primeiro prêmio recebido em 2010 em um concurso nacional. Hoje já são mais de 18 cafés premiados, em países como Estados Unidos, Itália, Austrália, entre outros.
“Com isso foi possível mostrar que não é só altitude que faz um bom café. Precisamos desmitificar isso, e a história do café no mundo nos mostra. Existe muito mais que pode ser feito na secagem, fermentação, etc, para garantir um café com sabor excelente, de acordo com cada região e clima”, explica o produtor.
Cafés especiais

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. A variedade arábica tem grande destaque. Mas sair do produto commodity, apostar em micro lotes e agregar valor na produção exige do produtor algum investimento e muito conhecimento. Hoje são muitos os cursos, feiras e eventos técnicos que promovem o café especial e esse deve ser um aprendizado constante.
Além disso, o cooperado reforça a importância de se conhecer a região, o clima, e assim aplicar as técnicas de fermentação e secagem mais adequadas. Na Fazenda Califórnia a estrutura de fermentação e secagem usa plataformas suspensas, caixas, barris e terreiros.
“O próprio produtor precisa tratar e mostrar o café de uma forma mais séria, para valorizar o seu produto”, ressalta Saldanha que, como grande produtor e também exportador, enxerga nos cafés especiais um horizonte promissor para a nossa região: “se o produtor buscar conhecimento, buscar se especializar e com a parceria com a Capal, nossa região tem tudo para ser um polo de produção de cafés especiais, com destaque no mundo todo”. Para ele, isso tudo vai desenvolver toda a região e vai trazer visibilidade para o café especial do Paraná.
A Capal veio para somar
Após anos de dedicação na qualidade, o cooperado enxergou na parceria com a Capal uma forma de aumentar a produtividade, através da expertise da equipe técnica.
“Tem que ter produtividade também, para cobrir os custos”, comenta o produtor ao citar a técnica de esqueletamento aplicada pelo agrônomo José Ryoti. “A parceria com a Capal é fantástica. Aprendi a aplicar o sistema safra zero, realizar as podas, e assim está aumentando o volume de produção. A poda é extremamente eficiente”, ressalta.
Saldanha r
elembra que desde a primeira visita do agrônomo, percebeu que havia muito a ganhar ao se associar à Cooperativa e sentiu confiança no trabalho já realizado na região.
Na assistência técnica da Capal o cafeicultor tem suporte para aprender sobre todo o processo, estudo do solo, das folhas, a hora certa da aplicação, produtos mais adequados.
Para ele, além do ponto forte da assistência técnica, ter os produtos e insumos disponíveis na Cooperativa é uma grande vantagem também, pois o produtor não perde tempo com a procura.
“O produtor tem que saber que vai chover, vai ter estiagem, vai ter dificuldades, então ele precisar fazer o possível para garantir o maior valor na sua produção, para estar preparado para estas condições e fazer boas parcerias”.